A primeira semana da COP 30, realizada em Belém, foi marcada por debates decisivos sobre energia, justiça climática e inovação tecnológica. A Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (ABIHV) acompanhou de perto as discussões, participou de painéis estratégicos e reforçou sua atuação como protagonista na agenda de transição energética no Brasil e no mundo.
A CEO da ABIHV, Fernanda Delgado, avaliou que as conversas caminhavam de forma consistente para a consolidação de caminhos concretos rumo a uma economia de baixo carbono. “As discussões seguem em torno dos processos de energia e da busca de uma transição justa de combustíveis fósseis para matrizes limpas e renováveis”, afirmou.
Fernanda participou do painel do RTCC sobre descarbonização de processos produtivos, onde apresentou cases e tecnologias ao lado da Casa dos Ventos, empresa associada à ABIHV. “Mostramos tecnologias de descarbonização, projetos de descarbonização. E a discussão foi em direção ao que a gente espera pro futuro, em especial os breakthroughs tecnológicos para a próxima década”, explicou.
Gênero e pobreza energética no centro do debate
A equidade de gênero também teve espaço relevante na agenda. A ABIHV patrocinou o painel conduzido pelos movimentos “Sim, elas existem!” e “Mulheres de Energia”, que debateu pobreza energética e apresentou iniciativas de apoio a mulheres na transição energética.
“Esse painel foi muito importante para falar de gênero e pobreza energética, destacando uma plataforma da EPE sobre dados de pobreza energética”, ressaltou Fernanda. Ela também chamou atenção para a pesquisa que será lançada pelo Pacto pela Igualdade de Gênero nos próximos dias.
Hidrogênio Verde e energia eólica
No sábado, Fernanda participou ainda de um painel da Confederação Nacional da Indústra (CNI), a convite da Confederação e do Global Wind Council, abordando o papel do hidrogênio verde no contexto da energia eólica. “Pude explorar bastante os pontos da MP 1304 e falar sobre a regulamentação que a gente está esperando para as próximas semanas”, destacou.
A CEO também fez um alerta para o contexto geopolítico e social que permeia a COP 30, especialmente em relação aos protestos que pedem a eliminação dos subsídios aos combustíveis fósseis. “Já está na hora de conversarmos sobre o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis. Essa narrativa da adição energética não cabe em um mundo em que a Agência Internacional de Energia já soltou um report dizendo que estamos indo para um mundo 3 graus acima de aquecimento. Ou seja, não cabe mais a narrativa de adição, mas sim de transição energética”, afirmou.
Green Pioneer em evidência na Amazônia
O presidente do Conselho de Administração da ABIHV e country manager da Fortescue no Brasil, Luis Viga, também marcou presença na programação da COP 30. Ele participou da apresentação do navio movido a hidrogênio verde, Green Pioneer que é uma iniciativa da Fortescue. A atração vem chamando atenção do público e das delegações internacionais.
Viga destacou o simbolismo de trazer essa tecnologia para a Amazônia. “Isso é um ícone para o Pará. Todo mundo quer tirar uma foto e quer conhecer o navio. E isso está mostrando a realidade”, afirmou. Para ele, o projeto demonstra a concretude do avanço tecnológico no setor. “É um barco impressionante, no sentido de que é uma vitrine de que o hidrogênio existe, a amônia verde existe. A tecnologia está evoluindo”, afirmou.
Compromisso renovado
Na avaliação da ABIHV, a primeira semana da COP 30 confirmou que o hidrogênio verde é peça-chave na construção de um futuro energético sustentável e que o Brasil ocupa posição estratégica nessa transição. A segunda semana do evento deverá consolidar avanços regulatórios, ampliar o diálogo entre governo e setor produtivo e reforçar o papel do país como líder global em energias limpas.
A ABIHV segue acompanhando a programação e participando dos debates até o encerramento oficial da conferência, no próximo dia 21.
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