Nesta terça-feira, 15 de outubro, completam-se cinco anos do desabamento do Edifício Andrea, em Fortaleza, uma tragédia que deixou nove vítimas fatais e expôs a gravidade da falta de manutenção preventiva em edificações. O edifício, localizado no bairro Dionísio Torres, ruiu por volta das 10h30 da manhã, e após 103 horas de trabalho ininterrupto, o Corpo de Bombeiros conseguiu resgatar sete pessoas com vida. O episódio marcou profundamente a cidade e levou à reflexão sobre os cuidados necessários com prédios residenciais.
Dois anos após o ocorrido, os engenheiros José Andreson Gonzaga dos Santos e Carlos Alberto Loss de Oliveira, juntamente com o pedreiro Amauri Pereira de Souza, foram denunciados pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e outros três delitos. Segundo um laudo da Perícia Forense do Ceará (Pefoce), a atuação dos três foi considerada “determinante” para o colapso do edifício. Em março de 2020, o MPCE solicitou que os réus fossem levados a júri popular, sob a acusação de homicídio com dolo eventual, pois, embora não tivessem a intenção de matar, assumiram o risco com suas decisões e ações negligentes.
Legado e lições aprendidas
O desabamento do Edifício Andrea trouxe à tona a necessidade urgente de uma cultura de manutenção preventiva em condomínios, especialmente em cidades como Fortaleza, onde fatores como a umidade e a maresia agravam o desgaste das construções. “A tragédia do Edifício Andrea nos ensina sobre a importância de garantir que edifícios passem por inspeções regulares e manutenções adequadas. Não podemos mais ignorar os sinais de envelhecimento das edificações. A segurança dos moradores deve ser prioridade”, destaca Rudy Fernandes, presidente da Associação das Administradoras e Condomínios do Estado do Ceará (Adconce).
Fernandes enfatiza que a manutenção preventiva não só evita tragédias como esta, mas também é economicamente vantajosa. “Síndicos e administradores precisam entender que a prevenção é um investimento que valoriza o patrimônio e protege vidas. Pequenos reparos regulares podem evitar grandes desastres no futuro”, complementa.
O novo quartel do Corpo de Bombeiros
No local onde o Edifício Andrea existia, hoje está em operação um novo quartel do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE), que ganhou o nome de Quartel 15/10. Uma homenagem aos bombeiros que atuaram heroicamente no resgate das vítimas. Essa nova estrutura simboliza a resiliência da cidade e o compromisso contínuo em reforçar a segurança das edificações e das pessoas que nela vivem.
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